31.12.15
30.12.15
29.12.15
Durante muito anos raposa foi: «Havia três dias e três noites que a Salta-Pocinhas – raposeta matreira, fagueira, lambisqueira – corria os bosques, farejando, batendo mato, sem conseguir deitar a unha a outra caça além de uns míseros gafanhotos, nem atinar com abrigo em que pudesse dormir um sonhinho descansado. Desesperada de tão pouca sorte, vinham-lhe tentações de tornar para casa dos pais, onde, embora subterrânea, a cama era mais quente e segura que em castelo de rei, e onde nunca faltava galinha, quando não fosse fresca, de conserva, ou então coelho bravo, acabado de degolar.»...depois chegou a Sony
28.12.15
"Time, unfortunately, though it makes animals and vegetables bloom and fade with amazing punctuality, has no such simple effect upon the mind of man. The mind of man, moreover, works with equal strangeness upon the body of time. An hour, once it lodges in the queer element of the human spirit, may be stretched to fifty or a hundred times its clock length; on the other hand, an hour may be accurately represented on the timepiece of the mind by one second."
27.12.15
26.12.15
25.12.15
24.12.15
23.12.15
22.12.15
21.12.15
20.12.15
Dimanche (et moi) @ RTP 3 | Programa Central Parque
(imagem de Graça Martins via facebook) Um agradecimento especial a Filipa Gambino CENTRAL PARK |
19.12.15
18.12.15
17.12.15
16.12.15
15.12.15
14.12.15
13.12.15
12.12.15
11.12.15
10.12.15
9.12.15
(Lembro-me que parámos em Cachoeira do Itapemirim) | Nunca percebi se amei a pessoa que me colocou nas mãos um livro de Clarice aos vinte e três anos porque a amava ou simplesmente pela brutalidade do ato, ou seja ler de um fôlego “Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres” numa viagem noturna entre Vitória e o Rio de Janeiro. Clarice morreu a 9 de Dezembro de 1977. Sobre ela escrevi mais tarde: “, estando tão ocupada:” Corpo pegajoso, de calções azuis e t-shirt branca. Copacabana. Cheguei hoje de manhã de Vitória. Não dormi. Havaianas nos pés. Está um calor insuportável, o Inverno aqui é assim. Corpo pegajoso. Ela deu-me um livro de Clarice Lispector. Chama-se Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Começa com uma vírgula. Nunca tinha lido nenhum livro começado por uma vírgula (e no fim, dois pontos). Li-o de um fôlego. E estou zonza. Corpo pegajoso, cabeça zonza. Amanhã faço vinte e três anos e sei que ela (…) Rio de Janeiro 5 de Agosto de 1983 O resto do meu diário não interessa. Pinto, não sei fazer mais nada. Na minha pintura utilizo colagens. Também colo/escrevo textos. São geralmente textos de outros. Quando escrevo coisas minhas também uso aspas. Evita muita pergunta. Tenho por vezes ataques de pânico durante a execução de uma tela. Sei por instinto que não está acabada, mas paraliso. A pintura é de pratica solitária e a “solidão é uma coisa que nos engole” – aqui está um bom exemplo do que faço na pintura. Quando chego a um impasse vou buscar um texto. Acho que nunca utilizei na pintura frases de Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Mas sei que muitas vezes sou Lóri, (como fui Lóri naquele Inverno quente do Rio de Janeiro) e como Lóri vou aprendendo a ser paciente. A ficar pronta para poder apanhar o momento. Ser Lóri é ter prazer sem culpa e a pintura dá-me muito prazer. Porque nada do que está antes interessa, como não interessa nada do que vem depois. Na pintura, como nas histórias de amor há que ser lúcida, mesmo que o corpo esteja pegajoso e a cabeça zonza. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres é uma obra fundamental no meu trabalho, pelo momento em que foi dado, pelo momento em que foi lido, pelo momento em que é necessário. Foi com ele que aprendi a saber com prazer, não perder o momento. Escrevo isto a 10 de Dezembro de 2008. Clarisse Lispector, que como eu gostava de fumar na cama, faria hoje 88 anos.
8.12.15
“Olho as amendoeiras da rua onde moro. Antes de dormir tomo conta do mundo e vejo se o céu da noite está estrelado e azul-marinho porque em certas noites em vez de negro o céu parece azul-marinho intenso, cor que já pintei em vitral. Gosto de intensidades. Tomo conta do menino que tem nove anos de idade e que está vestido de trapos e magérrimo. Terá tuberculose, se é que já não a tem. No Jardim Botânico, então, fico exaurida. Tenho que tomar conta com o olhar de milhares de plantas e árvores e sobretudo da vitória-régia. Ela está lá. E eu a olho.”
7.12.15
6.12.15
Darlene, Narradora, Maruschka Lemos de Sá, a própria, Catarina Faissol, Justina, Mãe de Monk, Lupa, Slide e Magali, Gioconda de Queiroz Barreto, Magda / Magali, Maria Lúcia Pasquim Montini (Milu), Sarah Lemos Kubitschek, D. Graça, Janis Doidona (Marlene Emilinha Silveira), Vanderléia, Maria Monforte, Madame, Amélia, Donana, Custódia Alves Serrão, Irene, Perpétua, Erotildes, Genuína Miranda Maryalva, 'Mary' Matos, Juliana, Rafaela Alvaray, Marta Brum, Ana Morena, Alice, Sueli, Ana Pupe, Manoela, Serafina, Rosa Petrone, Noeli, Shirley Sexy, Rosinha, Carolina, Cidinha, Rosinha (tudo isso foi Marília Pêra)
5.12.15
4.12.15
3.12.15
2.12.15
1.12.15
“Os domingos são dias chatos, dias chatos de domingo, chatos porque rasos, rasos de água nos olhos, aqueles que jamais te verão aos domingos, deitada de barriga chata na minha cama rasa, feita agora campa, a campa rasa do teu corpo sem o meu mas hoje é segunda feira. Chatice.”
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