Dia quente.
Tomava o pequeno-almoço na mesa
do canto. As chaves fechadas na mão. Ninguém lhe perguntava nada. Era de
hábitos, todos o sabiam. Sem levantar os olhos pedia adoçante.
No tecto a ventoinha fazia um
barulho cadenciado. Naquela manhã custou-lhe engolir.
Quando voltou para casa olhou a
corda. Nunca soubera estender capas de édredon pensou. Acendeu um cigarro, foi
passar a ferro.
Dia quente (e triste)
ENGOMADA
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