3.12.21
17.11.21
"DESCUBRA AS DIFERENÇAS" | Galeria Diferença | Group Show
“(…) the taste of your saliva” 2021 Pintura e colagem s/tela 40 X 40 cm |
Teimosia 2021 Pintura e colagem s/tela 40 X 40 cm |
15.10.21
14.10.21
2.10.21
15.7.21
30.6.21
GROUP SHOW / GALERIA FERNANDO SANTOS ---- Alicia Eggert | Ana Vidigal | Bosco Sodi | Cabrita | Cristina Massena | Gerardo Burmester | João Louro | Jorge Perianes | José Loureiro | | Mariana Gomes | Maria José Oliveira | Pedro Calapez | Rui Sanches | Sandra Baía | Santiago Ydáñez - 17.06.2021 - 31.07.2021
19.5.21
18.5.21
17.5.21
HERANÇA | ana vidigal | nuno nunes-ferreira | MNAC | 18 de Maio das 18h às 20h
Heranças indesejadas
No encontro das pesquisas de Ana Vidigal e Nuno Nunes-Ferreira prevalece certa melancolia não apenas quanto à forma como lidam e recodificam suas memórias familiares, mas também como ambos observam e remodelam narrativas para as múltiplas histórias de Portugal. O seu olhar certamente não é o do nacionalismo tão proclamado pelos Da Vinci, em 1989, na música “Conquistador”: “Era todo um povo / guiado pelos céus / espalhou-se pelo mundo / seguindo os seus heróis / e levaram a luz da cultura / semearam laços de ternura / foram mil epopéias / vidas tão cheias / foram oceanos de amor”.
Não há nada de amoroso nas relações coloniais disseminadas pelo esferas estatais de Portugal – do Império à democracia recente. De toda forma, esse ideário que constitui uma identidade hegemônica portuguesa permanece e, talvez desde o Estado Novo, está latente – vide os quase quinhentos mil votos recebidos por certo candidato à presidência que organizou, após a trágica morte de Bruno Condé, uma manifestação afirmando que “Portugal não é racista”. Neste momento em que as narrativas históricas são moldadas via tweets e fake news, é essencial tocar nos traumas históricos das muitas histórias da colonização de Portugal – vistas, por exemplo, nos monumentos públicos espalhados pelo país.
O que esta exposição propõe é um exercício intimista de rememoração, reflexão e fissura em pequenas histórias que compõem o quebra-cabeça de um todo extremamente complexo onde processos de racismo estrutural foram solidificados ao passo que uma geração de recrutados portugueses sofreu traumas insuperáveis. No anseio de uma disputa para a memória coletiva e reparação histórica, nada melhor que começarmos a partir de nossos baús, álbuns e mesas de jantar.
Raphael Fonseca