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2.5.12
“ (…) depois, atrás do mata-borrão e do agrafador estragado havia uma pequena divisória. Abria-se com um leve toque, um pequeno estalido, um clique. Passei a guarda-lo lá e por precaução mantinha um pequeno exército de objectos defensivos. Cada um tem a sua caverna e aquela era a minha.”
1.5.12
“ (…) os passeios estão casa vez mais escorregadios e há uma espécie de papa de pólen no chão que se mistura com o lixo e que nos faz escorregar. Talvez por isso desçamos a avenida de braço dado. Por esta altura do ano nunca me sinto muito bem. É o desconforto da mudança da estação, aquela febre de euforia que dá a todos, uma energia estúpida que me causa vertigens e me provoca um enorme tédio. Talvez por isso descer a avenida de braço dado contigo debaixo de uma chuva irritantemente persistente, mas fraca, me dê uma imensa alegria. Detesto a radiosa Primavera.”
30.4.12
“ (...) então passei os dedos pela tua boca e enquanto fechavas os olhos perguntei-te: e o ciúme não te mói? A Primavera continua chuvosa. Voltei a passar os dedos pela tua boca. Os dias passam cada dia mais depressa e nas minhas mãos vão aparecendo manchas castanhas. São sardas de velhice a disseste-me tu, entre dois bafos de cigarro. Agora quando fumas, quase não falas e o olhar é tão vago que nem te pergunto nada. Planeamos a viagem ao Rio com um misto de tédio e desespero nervoso. Ambas sabemos que será a última e que jamais nos veremos depois de Setembro. As manchas castanhas não me dão comichão.”
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